Metade de 2 893 postos de recenseamento eleitoral observados por um grupo de observadores da sociedade civil apresentam algum tipo de problema que interfere no recenseamento, disse José Dias em conferência de Imprensa na quinta-feira em Maputo.
“A Comissão Nacional de Eleições (CNE) provavelmente esteja a fazer gestão de expectativas ao declarar que todas as condições estão criadas para que as pessoas recenseiem mas, ainda há muitos problemas”, disse Dias.
A porta-voz do grupo das organizações da sociedade civil de observação eleitoral, Augusta Almeida, disse por sua vez que faltando duas semanas para o fim do recenseamento, dos vários postos observados, alguns ainda não tinham aberto até ao dia 12 de Abril. “Pelo menos 5 postos no distrito de Mogovolas e 44 no distrito de Gurué não abriram por avaria de geradores, painéis solares e impressoras”, disse.
As OSC’s constataram que para além dos problemas de avarias e de falta de material, os seus observadores têm reportado casos de recenseamento de cidadãos não elegíveis. “Em Metarica, na província de Niassa, houve menores de 15 a 16 anos a quem foi permitido recensear, simplesmente porque traziam bebés ao colo”, disse Almeida.
O grupo de observadores concluiu que os constrangimentos que se têm enfrentado neste processo de recenseamento vão contribuir significativamente para que as metas previstas de registos de eleitores não sejam alcançadas.
Integram o grupo de observadores a Associação Desenvolvimento e Sociedade (ADS) e Comissão Episcopal de Justiça e Paz (CEJP) da Igreja Católica de Moçambique, a Liga de ONGs Moçambicanas (JOINT), o Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC), a Solidariedade Moçambique e a Sociedade Aberta (SA), todas baseadas em Maputo. Contam com 600 observadores que trabalham em todos os distritos do país.