No outro extremo, as províncias de Nampula (44%) e Niassa (40%) apresentavam dos níveis mais baixos até à actualização do dia 12 de Maio e os nossos correspondentes reportam várias avarias que condicionam o recenseamento em dezenas de postos destas províncias.
No distrito de Mogovolas, no posto da EP1 de Mochiua, o recenseamento está paralisado desde o dia 6 de Maio devido a avaria no mobile ID. O supervisor da brigada disse aos nossos correspondentes que a avaria foi notificada ao STAE distrital mas ainda não houve resposta.
No distrito de Lalaua, três postos de recenseamento não estão a funcionar desde o dia 16 de Maio devido a avaria de impressoras. Trata-se dos postos de Lúrio, Meti e Naquessa.
No distrito de Malema, o posto da EPC de Nataleia não registou nenhum eleitor nos últimos três dias por falta de gasolina para alimentar o gerador.
Ainda neste distrito, os secretários de bairros estão a circular de casa a casa a recolher documentos dos moradores para que possam se recensear. Os secretários do bairro, recolhem a documentação dos eleitores e levam-nos aos brigadistas para efeitos de recenseamento.
No distrito de Angoche, brigadistas afectos aos postos de recenseamento da EPC de Johar e Escola Secundária de Angoche, recusam-se a registar eleitores que não apresentam nenhum documento de identificação pessoal, mesmo acompanhados de testemunhas, reportam os nossos correspondentes.
No distrito de Nampula, o posto de recenseamento da EPC Parque Popular paralisou o processo de recenseamento devido a uma avaria na máquina, reportam os nossos correspondentes. Um dos fiscais afectos ao posto disse aos nossos correspondentes que, neste momento, o posto funciona apenas quando se trata de recuperação de cartões de eleitores e não regista eleitores que se queiram recensear pela primeira vez.
Em Mogincual, no posto de Naminane, localizado a 15 km da vila-sede, o recenseamento está paralisado devido a avaria de impressora. Neste posto, faz-se marcação de bicha via documento um dia antes por registar, devido a grandes enchentes nesses últimos dias.
Em Nacala Porto, há três semanas que o recenseamento está paralisado no posto localizado na EP de Micajúne, alegadamente por falta de boletins de inscrição. Igualmente em Nacarôa, o posto de recenseamento da EPC de Munama, não regista nenhum eleitor há cinco dias por falta de boletins. A situação é frequente naquele posto, reportam os nossos correspondentes.
No distrito de Sanga, o posto da EP1 de Mbemba está com recenseamento paralisada há 7 dias devido a falta de toner para impressão de cartões de eleitores. O caso é do conhecimento do STAE local. Técnicos do órgão dirigiram-se ao posto na manhã de sábado (18 de Maio), mas não resolveram o problema. Igualmente o recenseamento está paralisado nos postos de EP1 de Chilapitangongo, Merenda, de Micaílo e Chicuedo. Segundo o chefe de Operações Eleitorais em Sanga, Alexandre Jalane, o STAE distrital não dispõe de equipamentos e aguarda, neste momento, uma resposta do STAE provincial.
Má conduta de brigadistas, partidos políticos e eleitores
No distrito de Lalaua, um fiscal do partido Frelimo de nome Jaime Abacar, afecto no posto da EPC de Nioce, foi surpreendido no dia 16 de Maio com um volume de cartões de eleitor dos anos 2013 e 2014, e com documentos de algumas pessoas. Ele foi acusado de estar a tentar viciar o processo e aos nossos correspondentes recusou-se a explicar o que fazia com cartões de alheios.
Entretanto, os eleitores acusam-no de estar a recolher documentos de pessoas alegadamente para facilitar seu recenseamento a troca de dinheiro. Alguns eleitores apresentaram-se à brigada e exigiram do fiscal a devolução dos seus documentos.
O visado terá informado à população que agiu sob ordens do seu partido, para facilitar o registo dos eleitores.
Ainda no mesmo distrito, eleitores denunciam cobranças ilícitas por parte do supervisor afecto ao posto da Escola Primária de Naculue, reportam os nossos correspondentes. A denúncia foi feita na sexta feira 17 de Maio à uma equipa do STAE local que se deslocou ao posto em missão de supervisão.
Segundo um eleitor entrevistado, o supervisor que responde pelo nome de Bento Faustino, recolhe documentos de alguns eleitores e cobra entre 50 a 100 meticais, em troca de recenseá-los em menos tempo possível. O supervisor não quis reagir à acusação.
No distrito de Liupo, três indivíduos, com incapacidade eleitoral, dos quais dois da mesma família foram detidos após recenseamento no posto da EPC de Liupo. Foram mais tarde descobertos e encaminhados ao comando da Polícia de Liupo, onde estão detidos.
Posto de recenseamento incendiado
No distrito de Chibuto, um cidadão ateou fogo ao posto de recenseamento da Escola Primária de Maiveni, na madrugada do dia 18 de Maio. O fogo posto destruiu todo o material de trabalho com excepção do mobile ID, reportam nossos correspondentes. Com efeito, o recenseamento está paralisado neste posto.
O indiciado chama-se Manuelito Bango, de 32 anos, e foi levado ao hospital para exames psicológicos e depois de se apurar que não padecia de nenhuma perturbação psíquica, foi encaminhado à polícia onde está detido.
STAE supera metas em Gaza e Zambézia
A aproximadamente 10 dias do fim do recenseamento, muitos distritos das províncias de Gaza e Zambézia já superaram as metas estabelecidas pelo Secrertariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE). Em contraste, nas províncias de Nampula e Niassa, as avarias das máquinas forçam paralisações prolongadas de registo de eleitores.Em Gaza, os distritos Xai-Xai (102,05%), Bilene (103,15%), Chibuto (100,19%), Mapai (101,30%) e
Massingir (101,12%), já haviam superado as metas estabelecidas até ao dia 15 de Maio, segundo dados do STAE. Na Zambézia, os distritos de Quelimane (103%), Maganja da Costa (102%), Milange (100%), Mocuba (100%), Mocubela (218%) já haviam superado as metas até ao dia 12 de Maio de 2019, segundo informe do STAE local.
Ataque armado paralisa recenseamento em Nangade
Um grupo armado atacou na noite do dia 17 de Maio, a aldeia de Ngalonga no distrito de Nangade, Cabo Delgado, queimando 113 casas e duas moageiras, sem causar mortes. O ataque afunegtou os brigadistas e as pessoas da comunidade, paralisando assim o recenseamento até ao presente.