No distrito de Macate, Manica, um jovem foi encontrado na posse de três cartões de eleitor em seu nome, o que chamou atenção dos nossos correspondentes. Os cartões, que possuíam o mesmo número de inscrição, foram emitidos no posto da EPC de Ndenguene no domingo passado (28 de Abril). Ouvido pelo Boletim, o visado disse ter registado três vezes alegadamente à mando do secretário do bairro de Ndenguene. Entretanto, o secretário refutou as acusações que pesam contra si e disse não ter conhecimento do caso.
O chefe da organização das operações eleitorais no distrito de Macate, Arcanjo Joaquim, confirmou o caso, mas disse tratar-se de erros de impressão em dois dos cartões. “O erro dos brigadistas foi ter dado todos os cartões ao eleitor”, disse.
Mas este não é caso isolado. No distrito de Mopeia, Zambézia, no posto de Nzanza, um eleitor foi descoberto a tentar recensear-se pela quarta vez. O caso deu-se quando o cidadão exibiu aos seus companheiros três cartões de eleitor em seu nome enquanto aguardava na fila, criando alguma agitação. O agente da polícia afecto àquele posto foi chamado a intervir, entretanto, o jovem pôs-se em fuga.
Sabe-se, pois, que o cidadão em causa teria se recenseado nos postos da EPC Sede, Liberdade e 16 de Junho.
Agentes da polícia no centro da polémica
No distrito de Doa, província de Tete, agente da polícia afecto à brigada móvel nº 431 espancou um suposto membro da Renamo alegadamente por este ter criado desordem no posto. O caso deu-se quando tal cidadão terá questionado a conduta de um líder comunitário que proibia alguns eleitores de se recensearem por não terem contribuído alimentos para as refeições dos brigadistas.
Segundo o director do STAE local, o membro da Renamo estava a criar desordem no posto.
O suposto membro da Renamo não faz parte dos lista de fiscais do STAE e não reside naquela povoação.
No distrito de Mutarara, o agente da polícia afecto ao posto nº 202, na Escola Secundária de Mutarara, apresenta-se ao posto faltando apenas uma hora para o encerramento das actividades. A supervisora do posto, que desconhece o nome do agente, alega que a ausência do mesmo está a gerar insegurança naquele posto. “O polícia raramente aparece, mal o conhecemos”, disse.
“Caminhámos 14 km com mobile na cabeça”
Dois brigadistas afectos ao posto de recenseamento da EP1 de Luazi, em Mugovolas, caminham 14 quilómetros todos os dias carregando mobile ID, para poder carregar no lugar mais próximo com energia eléctrica e assim garantir a inscrição de eleitores.
O mobile ID é carregado no posto administrativo de Nhanhupo Rio, que dista a 7 quilómetros da EP1 de Luazi. O STAE não alocou meio de transporte para os brigadistas. “Ao menos se tivéssemos motorizada ou bicicleta”, disseram os brigadistas.
Dionísio António, digitador naquele posto, contou que as caminhadas são feitas na companhia de um agente da polícia por questões de segurança.
Os brigadistas alegam que já pediram meio de transporte ao STAE mas não tiveram resposta. Dionísio contou que sempre estabelece contactos com o STAE distrital, nunca tem resposta satisfatória. “Amanhã vamos mandar um painel solar para melhorar as vossas actividades esta é a resposta recorrente do STAE”, conta.
Já passam 24 dias desde o início do recenseamento eleitoral, porém, o painel nunca chega ao posto de recenseamento onde Dionísio está afecto.
Já há recenseamento na zona de ataques em Mocímboa da Praia
Vinte e quatro dias após início oficial do recenseamento eleitoral, as populações residentes em zonas alvo de ataques de jihadistas no distrito de Mocímboa da Praia, já podem se recensear.
Nossos correspondentes reportam que os nove postos de recenseamentos instalados nas zonas alvos de ataques, que estavam encerrados, já estão abertos e neste momento já funcionam todos os 39 postos instalados no distrito.