Um erro estatístico pode ter sido usado para aumentar o número de potenciais eleitores em Gaza, segundo defende o Professor António Francisco do IESE (Instituto de Estudos Sociais e Económicos). António Francisco foi o primeiro a expor publicamente que o número de pessoas recenseadas em Gaza para as eleições deste ano não está de acordo com o número da população em idade eleitoral de acordo com os resultados do Censo Geral da População e Habitação. Ao que ele denomina de malabarismo estatístico parece ter sido usado para aumentar o número de eleitores para permitir ainda mais o enchimento de urnas em Gaza.
Os resultados do censo de 2017 indicam que Gaza teria, em 2019, 1 503 233 habitantes dos quais 737 278 em idade eleitoral. O STAE estimou que existem em Gaza 1 144 337 pessoas em idade eleitoral em Gaza, em 2018 e em 2019 foram recenseados 1 162 883 eleitores, – 165% acima da previsão do censo de 2017 e 102% acima da estimativa do STAE.
Professor António Francisco nota no seu artigo recentemente publicado pelo IESE que o Censo de 2007 a população nacional era de 21 618 631 e a de Gaza era de 1 236 284. Estes são os números oficiais usados em toda a parte, incluindo nas projecções da população disponíveis na página web do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Entretanto, o Professor António Francisco descobriu que em uma publicação do INE de 2011, a população de Gaza no ano de 2007 foi aumentada para 2 236 481 – um aumento de 1 milhão. Talvez este tenha sido um erro de digitação que ninguém notou. Professor António Francisco questiona se este número totalmente errado da população de Gaza teria sido usado para a previsão da população em idade eleitoral em 2019.