“De forma resumida, o áudio diz que a ala militar da Renamo, na pessoa do Sr. Nhongo, entrou em contacto com a Rádio Pax sediada na Cidade da Beira avisando que os seus homens vão começar a atacar amanhã, os troços são: INCHOPE – SAVE, INCHOPE – CHIMOIO, INCHOPE – BEIRA, INCHOPE – NHAMAPADZA”.
O citado circula nas redes sociais, acompanhado de um áudio em língua Ndau, atribuído ao auto-proclamado líder da Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, que alegadamente teria sido publicado pela Rádio Comunitária Pax, com sede na cidade da Beira.
A informação é falsa, apurou o Boletim! O director da Rádio Pax, Padre (Pe.) Suade José Suade reconheceu ter-se realizado uma entrevista com Mariano Nhongo na quarta-feira (18 de Setembro), mas diz que, em nenhum momento, o autoproclamado líder terá mencionado fazer um atacar nas zonas referidas no texto.
“No áudio da entrevista que tivemos com o senhor Nhongo não aparecem as informações do texto e muito menos do áudio que circula nas redes sociais”, disse Padre Suade. O director da emissora disse ainda que Nhongo durante a entrevista falou em português e não na língua Ndau, como sugere o áudio.
“O nosso áudio está literalmente em português. Nós não emitimos em língua local e a informação foi emitida no Grande Jornal da Quarta-feira” disse explicando, que a emissora está a trabalhar para esclarecer o assunto.
Com apoio do Fórum Nacional das Rádios Comunitárias (FORCOM), a Rádio Pax emitiu um comunicado na sexta-feira a desmentir que Mariano Nhongo tenha anunciado ataques em entrevista a esta estação emissora.
“Em virtude das informações quanto a nós falsas, enganadoras e difamatórias (áudio em língua ndau e um texto em português), que tem vindo a ser veiculadas pelas redes sociais sobre os
presumíveis ataques pela Junta militar da RENAMO em locais previamente identificados, a Rádio-Pax Emissora Católica da Beira, vem por meio desta distanciar-se destas e as mesmas não são de sua autoria”, lê-se no comunicado.
Mariano Nhongo falou em teleconferência a jornalistas sediados na Beira, na última quarta-feira (18 de Setembro), ameaçando mais ataques caso a campanha prossiga (vide Boletim 54). Na mesma quarta-feira, Nhongo concedeu uma entrevista exclusiva à Radio Pax.
Desde o início da campanha eleitoral, vários ataques ocorreram na região centro do país. Os mais recentes foram na zona limítrofe dos distritos de Gorongosa e Nhamatanda, Sofala, e outro no povoado de Zimpinga, no distrito de Gondola, Manica. Este último dos ataques aconteceu na terça-feira, um dia antes de Nhongo falar à imprensa.
Guerra por camisetes e capulanas em Morrumbala
Raul Guiliche, director do INGC no distrito de Murrumbala, Zambézia, é acusado de desvio de camisetes e capulanas da Frelimo enviados à localidade de Gorro, posto administrativo de Chire, onde está afecto como chefe da campanha eleitoral.
Segundo nossos correspondentes, o material em causa foi transportado pelo director para a localidade e chegado ao destino, o chefe da localidade notou que havia menos camisetes e capulanas em relação ao número que deveria ser alocado à localidade.
Questionado sobre a falta de material pelo chefe da localidade, o ditrector do INGC disse que o mesmo teria sido roubado no posto administrativo de Chire onde passou a noite. Entretanto, uma vez apercebido da ausência do material, o director não participou o caso as autoridades policiais, apurou o Boletim.
O chefe da localidade de Gorro recusou-se a assinar a guia de marcha que acompanhava o material de campanha do partido, tendo descarregado apenas panfletos. O restante do material, capulanas, camisetes e bonés, foi devolvido ao director do INGC.
O caso deu-se na véspera da vista do actual governador da Zambézia, Abdul Razak à localidade de Gorro para efeitos de campanha.