Podia ser mais um acidente de viação se as vítimas não fossem simpatizantes da Frelimo e o condutor, simpatizante da Renamo. Um acidente de viação de tipo atropelamento ocorrido na última quarta-feira, (26 de Setembro), em Morrumbene, na província de Inhambane, virou um caso político.
Três senhoras trajadas de roupas de propaganda da Frelimo foram atropeladas por uma viatura conduzida por um professor conhecido membro da Renamo. Do acidente, duas vítimas contraíram ferimentos graves e foram evacuadas para o hospital rural de Chicúque e a outra contraiu ferimentos ligeiros foi encaminhada para o centro de saúde de Morrumbene.
A Frelimo acusa o membro da Renamo de atropelamento intencional às três mulheres simpatizantes da Frelimo. A acusação levou à detenção, no mesmo dia 26 de Setembro, do professor da Escola Primária de Morrumbene, que conduzia a viatura envolvida no acidente.
As três senhoras foram atropeladas quando se dirigiam a uma reunião do partido na localidade de Gotite, por volta das 13h00.
O representante da Frelimo, Francisco Mucanheia, em reunião no âmbito de campanha do seu partido com funcionários públicos no Clube de Morrumbene, às 10h00 do dia 27 de Setembro, disse que “o atropelamento foi intencional pois o acusado apercebeu-se de que as vítimas são da Frelimo”.
O delegado da Renamo, Jacob Chidocoro desmentiu. “Esta versão não constitui a verdade”, disse. Na hora do acidente, o cobrador de um transporte público que estava a frente terá alertado as três senhoras sobre a vinda de uma viatura, mas não perceberam e acabaram sendo atropeladas”, explicou ao Boletim Chidocoro.
No dia 27 de Setembro, a família do professor acusado e membros da Renamo tentaram sem sucesso retirar o jovem das celas da esquadra local onde se encontra detido.
O professor em causa lecionava na escola Secundária de Morrumbene, entretanto foi transferido para uma Escola Primária de Morrumbene alegadamente por ser membro da Renamo, contou ao Boletim, Chidocoro.
Destruição de material de campanha põe Frelimo e MDM de costas viradas em Nampula
Vive-se ambiente de hostilidade nos últimos dias, no posto administrativo de Namaita, distrito de Rapale em Nampula, envolvendo os membros e simpatizantes do partido MDM e da Frelimo.
Em causa está a destruição de panfletos e roubo de bandeiras do MDM, uma acção levada a cabo por supostos membros e simpatizantes da Frelimo encabeçada pelo secretário do comité de círculo de Palalane Juma Alberto Munlela em Namaita.
Segundo Amina Alberto, delegada distrital do partido do MDM, os “invasores”, na calada da noite vêm retirando de forma frenética as bandeiras erguidas e panfletos colados nos diferentes pontos daquele posto administrativo.
Amina Alberto considera ainda que estas e outras irregularidades mancham a campanha eleitoral e destroem, sobretudo, a convivência pacífica dos partidos políticos.
“A retirada dos nossos panfletos significa agir contra a lei. Por isso, pedimos a quem de direito a responsabilizar os prevaricadores”, disse. “Nós como MDM queremos que a campanha em curso se transforme num verdadeiro momento de festa para todos.”
Juma Alberto secretário e membro da Frelimo acusado de liderar os actos, refuta as acusações e aponta o dedo acusador a delegada distrital do MDM de planear uma acção visando denegrir sua imagem.
Nossos correspondentes no terreno confirmam a retirada de grande número de panfletos do MDM, colados na sua maioria nas barracas e postes de energia eléctrica. No dia 25 passado, às 11 horas, a esquadra local foi “invadida” por membros e simpatizantes do MDM exigindo que haja responsabilização dos autores pelos actos praticados. Porque o caso parecia cada vez mais complicado e de difícil resolução, uma vez que a Frelimo negava as acusações, foi encaminhado para o Comando Distrital.