O cabeça-de-lista da Nova Democracia (ND) foi detido em Chókwè, Gaza, por alegado envolvimento na agressão de membros e simpatizantes da Frelimo. Mas testemunhas dizem que foram simpatizantes da Frelimo, liderados pelo secretario distrital da OJM, que atacaram a sua comitiva.
Dezenas de pessoas marcharam em direcção ao comando distrital onde o cabeça-de-lista do ND estava detido para exigir a soltura do mesmo. A polícia esteve de prontidão no local para evitar escaramuças, apurou o Boletim.
Um auto de denúncia de que o Boletim teve acesso, dá conta de que o secretário da OJM a nível da Frelimo foi vítima de ofensas. Curiosamente o auto não indicava a detenção de nenhum arguido, mas o CIP apurou que o cabeça-de-lista pernoitou no comado distrital de Chókwè onde foi liberto na manhã de hoje dia 12 de Setembro.
O caso deu-se no final da tarde de ontem no posto administrativo de Chilembene, no distrito de Chibuto. Uma caravana da Nova Democracia liderada pelo Félix Silva, mais conhecido no mundo artístico como Refiller Boy, foi atacada por supostos membros e simpatizantes da Frelimo. Pelo menos sete simpatizantes do ND foram agredidos, e duas viaturas ficaram parcialmente danificadas.
Segundo contou o cabeça-de-lista em entrevista ao Boletim, os agressores liderados pelo secretário distrital da OJM, membro da Frelimo, agrediram militantes do ND e vandalizaram duas das suas viaturas com recurso à garrafas, pedras e paus.
“Os ataques iniciaram com tentativas de obstrução e sabotagem para inviabilizar a nossa marcha dada a aderência massiva que tem caracterizado a nossa campanha” disse Silva.
Segundo apurou o Boletim, o secretário da OJM e suposto agressor foi espancado pela população na altura das escaramuças entre os simpatizantes dos dois partidos.
MDM não sai à rua em consequência de sabotagem da Frelimo
O MDM não saiu às ruas no distrito de Magude para prosseguir com a campanha eleitoral em Magude, Gaza, no posto administrativo de Mapulaguene, alegadamente para discutir sobre a sabotagem orquestrada pela Frelimo, No dia 10 de Setembro de 2019.
“Estivemos reunidos para debater sobre os acontecimentos de ontem, em Mapulanguene. A Frelimo bloqueou as vias impedindo o prosseguimento da nossa campanha”, disse Caio António Tivane, membro da Comissão Provincial do MDM.
Tivane acrescentou: “estavam sob liderança do primeiro secretário da Frelimo (Eucélio Matusse) e do chefe do posto administrativo de Mapulanguene(Fernando António)”.
Para impedir que a campanha da Frelimo prosseguisse, os membros do partido Frelimo perseguiam e ativaram pedras contra membros dos membros do MDM, tendo ferido jovens de danificado a viatura que se utilizava para a campanha no dia 09 de Setembro de 2019.
Fake News:
Instrução da Renamo para controlar e aumentar votos do partido na província de Gaza?
Circula nas redes sociais um documento intitulado Instrução para a Província de Gaza,
supostamente proveniente do Gabinete do Secretário Geral da Renamo, emitido no dia 05 de
Setembro de 2019, contendo instruções que visam garantir controlo eficaz dos votos do partido
nas eleições de 15 de Outubro próximo, em todas as mesas de voto instaladas na província de
Gaza e aumentar o número de votos.
O documento contem algumas propostas sensíveis, como por exemplo, procurar alojamento para
os delegados de candidaturas da Renamo em residências de membros do partido perto das
assembleias de voto. O referido documento alega que o Secretario Geral da Renamo, André
Majibiire, encontra-se em Xai-Xai, desde o dia 8, o que constitui verdade.
Entretanto, a estas juntam-se outras propostas bastante ridículas e exageradas:
+ assegurar a deslocação de alguns ex-guerrilheiros da base de Funhalouro, Inhambane,
devidamente armados para a cidade de Xai-xai, Gaza, onde irão promover ameaças aos membros
do partido Frelimo, de modo a que estes não se dirijam às mesas de voto.
+ usar 5 milhões de meticais alegadamente pelas embaixadas a Renamo para subornar funcionários do STAE para distorcer resultados das eleições
+ Trazer para Gaza os delegados da Renamo provenientes de Sofala, Tete, Manica e Zambézia,
que apesar de não terem sido recenseados em Gaza, possam votar para incrementar os votos a
favor do partido.
O Boletim contactou o Porta-voz Nacional da Renamo, José Manteigas, e este disse não ter
conhecimento do assunto e que só pode ser algum resultado de manipulação. “A Renamo não
tem cultura de ameaçar e de roubar votos”, disse Manteigas.
Arnaldo Manhique, porta-voz da Renamo em Gaza, informou ao nosso Boletim que o seu partido
não recebeu nenhum reforço de membros provenientes de Sofala, Tete, Manica e Zambézia.