Uma vitória ampla para a Frelimo e seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, que se assemelha à vitória de Armando Guebuza para o seu segundo mandato em 2009, foi declarada na tarde de hoje (27 de Outubro) pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). Nyusi venceu as eleições presidenciais com 73% dos votos e a Frelimo ocupará 184 dos 250 assentos da Assembleia da República (AR). Contrariamente, Guebuza venceu as eleições de 2009 com 75% dos votos e a Frelimo ganhou 191 assentos na Assembleia da República.
Nyusi ganhou 1 700 000 votos a mais se comparado a sua primeira eleição em 2014, subindo de 2, 8 milhões para 4,5 milhões.
Depois destas eleições, a Frelimo sobe de 144 assentos para 184, ao passo que a Renamo cai de 89 assentos para 60 e o MDM de 17 assentos para apenas 6. Nenhum outro partido ganhou assentos na AR ou nas Assembleias Provinciais. A afluência de eleitores às urnas foi de 50,74%, maior número registado desde 1999, mas menor em relação a afluência nas eleições autárquicas de 2018.
A vitória registou-se também nas eleições dos membros da assembleia provincial (AP), onde a Frelimo conseguiu fazer eleger todos os 10 cabeças-de-lista para governadores e ganhou 628 assentos nas assembleias provinciais, se comparado a Renamo com 156 assentos e o MDM com 10.
A vitória da Frelimo foi ainda maior que aquela que havia sido prevista pela contagem paralela (PVT). O partido ganhou 9 assentos a mais na Assembleia da República em relação ao número de assentos estimados com base na contagem paralela.
Observadores e nossos correspondentes registaram casos de ilícitos eleitorais um pouco por todo o país. O número total de eleitores inscritos foi inflacionado na província de Gaza e reduzido na Zambézia. Durante a votacao houve casos flagrantes de enchimento de urnas e recusa na credenciação de acima de 3000 observadores nacionais independentes assim como delegados de candidaturas de partidos da oposição. Há uma politização de todas as partes envolvidas no processo eleitoral e, durante a votação dos resultados da eleição, os membros da CNE separaram-se em função da orientação partidária. Os resultados das eleições foram aprovados com 9 votos a favor e 8 contra. Apenas 9 membros da Frelimo assinaram o relatório dos resultados apresentado ao publico hoje pela CNE e nenhum dos 8 membros da oposição assinou.