Mesmo com a falta de credenciais, o grupo disse ter observado o processo em 562 postos de recenseamento de 100 distritos. Com base nesta amostra, estimam que em 94% dos postos o recenseamento iniciou no dia 15 de abril, às 8h00. “Nos dias subsequentes, uma média de 84% dos postos abriu a horas”, disse Tila. “Os atrasos nos restantes postos deveram-se se a ausência de brigadistas e deficiências de condições logísticas”.
Sobre a fiscalização e observação, Tila disse que em cerca de 97.5% dos postos de recenseamento observados, houve fiscais de partidos políticos com predominância para a Frelimo a Renamo.
Problemas constatados nas regiões afectadas pelo ciclone Idai e ataques
Segundo Tila, um número considerável de cidadãos que se encontram deslocados, devido a situação de insegurança ou em virtude do ciclone Idai, foram impedidos de se recensearem e instruídos a procurarem os postos de recenseamento próximos às suas residências, como dita a lei. No entanto, estes mostraram-se relutantes em deslocar-se às suas zonas de origem por causa da insegurança que lá se vive (Cabo Delgado) ou da falta de condições de vida decorrente dos estragos causados pelo ciclone.
As OSC constataram que existe um número considerável de postos localizados nos distritos de Manica, Sofala e Cabo Delgado que não abriu na primeira semana.
Foi avançado ainda por Tila que em algumas brigadas dos distritos de Metuge, Gurúe, Gondola, Nhamatanda, Cidade de Chimoio, Moamba e Marracuene muitos eleitores não receberam seus cartões de eleitor de imediato, por falha de impressão ou falta de boletins, tendo em muitos casos a impressão sido feita na sede distrito.
As OSC recomendam aos órgãos de gestão eleitoral efectuar correcções pontuais do seu desempenho, para salvaguardar o exercício do direito do voto do cidadão, bem como uma maior credibilidade do processo eleitoral, como um todo.
As organizações que efectuaram observação são Associação Desenvolvimento e Sociedade (ADS) e Comissão Episcopal de Justiça e Paz (CEJP) da Igreja Católica, a Liga de ONGs Moçambicanas (JOINT), o Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC), a Solidariedade Moçambique e a Sociedade Aberta (SA), todas baseadas em Maputo, com 600 observadores em todos os distritos do país.