Houve abuso do direito de voto especial por “observadores” da Frelimo Na província da Zambézia, onde observadores do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) credenciados pelo STAE aproveitaram-se do direito a voto especial para votar várias vezes em diferentes centros de votação. Os casos foram reportados nos distritos de Mopeia e Inhassunge.
Em Mopeia, perto de 300 observadores do CNJ foram transportados em viaturas do primeiro secretário da Frelimo com a chapa de matrícula AEG 125 MP para os centros de votação. Os supostos observadores votaram nas EPCs da vila sede, 8 de Março e 16 de Junho, reportam os nossos correspondentes.
“Os observadores andavam em grupos de 10 a 20 em cada centro de votação e iam entrando em cada mesa para votar”, disse nosso correspondente nesta manhã.
No distrito de Inhassunge, Zambézia, observadores do CNJ e de igrejas locais credenciados pela Comissão Distrital de Eleições (CDE) usaram o direito do voto especial para votar várias vezes a favor da Frelimo, denunciou o delegado da Renamo aos nossos correspondentes. Dentre os observadores, estava o agente da Polícia e ex-porta-voz da Polícia na Zambézia, Jacinto Félix.
Os supostos observadores votaram em 3 mesas de Voto (042787-06B, 042787-04, 042787-05) na Escola Eduardo Mondlane na Vila Sede de Inhassunge com a permissão dos MMV’s e foram transportados numa viatura da Frelimo com a chapa de matricula AGA-493-MC para a localidade de Mussama a cerca de 10 km da vila-sede de Inhassunge para votar novamente.
Os delegados dos partidos da oposição somente conseguiram ser credenciados na manhã de ontem (15 de Outubro), dia de votação.
No distrito de Mecanhelas, membros de mesas de voto retiraram urnas do centro de votação da EPC de Momade para fazer a contagem na sede distrital do STAE, reportam os nossos correspondentes. Na manhã de hoje, perto de 11 mesas de voto ainda não haviam afixados os editais de apuramento parcial.
No distrito de Machanga, Sofala, populares invadiram e incendiaram a residência do primeiro secretário da Frelimo e de um professor alegadamente porque nelas estavam escondidas urnas com boletins de votos pré-marcados a favor da Frelimo. O caso deu-se às 22h00 de ontem na Ilha de Inharingue, reportam os nossos correspondentes.
Falando a jornalistas hoje na Beira, o Director Provincial do STAE, Jorge Donquene, disse não tratar-se de uma residência mas sim de uma mesa de votos, incluindo urnas, que foi incendiada por desconhecidos.
No distrito de Chinde, Zambézia, o Presidente da mesa número 01 na EPC Filipe Samuel Magaia, foi detido após ter sido surpreendido a inutilizar votos a favor da Renamo com recurso a tinta indelével. Ao notar relativa vantagem da Renamo durante a contagem, Ângelo Moniz, colocou tinta sobre o cabelo e pôs-se a invalidar votos da Renamo, tendo sido surpreendido por delgados daquela formação política. O presidente foi detido pela polícia e solto horas depois.