Circula nas redes uma notícia dando conta de que o auto-proclamado líder da junta militar da Renamo, Mariano Nhongo, disse que em entrevista à Rádio Pax, que a partir do dia 27 de Setembro, ele e os seus aliados militares irão reforçar a campanha eleitoral do seu partido Renamo nas redondezas da Serra de Gorongosa e Morrumbala.
Esta informação é falsa, apurou o Boletim. O director da Rádio Pax, Padre José Suade, disse ao Boletim que a Rádio Pax não realizou tal entrevista.
“A Rádio não está no ar desde quarta-feira porque neste momento nós estamos a fazer a reposição da Torre”, disse o padre.
Dirigente de partido político diz que está a mobilizar simpatizantes a boicotar eleições
Chama-se Estêvão Fátima, secretário-geral de um pequeno partido denominado MAMO – do Movimento Alternativo de Moçambique (MAMO). Está nas páginas de imprensa nacional e internacional por apelar as pessoas a não participar nas eleições.
Estêvão da Fátima concorreu à presidente da República e a sua candidatura foi rejeitada pelo Conselho Constitucional porque não conseguiu reunir o apoio de pelo menos 10 mil pessoas, que devem assinar um documento de apoio à candidatura presidencial.
Como vingança, diz que está a andar pelo país a mobilizar membros e simpatizantes do seu partido a não votarem no próximo dia 15 de Outubro.
“Fizemos de tudo para podermos concorrer, mas fomos retirados sem nenhuma explicação… Então achamos que o processo eleitoral está viciado e por isso estamos a dizer aos nossos membros e simpatizantes que não vamos participar. Também pedimos a todos aqueles que são os nossos apoiantes para não votarem em nenhum partido, que fiquem em casa até que o processo termine”, disse Estevão de Fátima citado pela rádio alemã DW, numa notícia difundida hoje electronicamente.
O Boletim entrou em contacto com o secretário-geral da Mamo, que confirmou a campanha contra as eleições. Disse que, usando meios próprios, já escalou Cabo Delgado e Nampula e seguirá para Niassa, por fim Maputo, com o mesmo objectivo.
O voto em Moçambique não é obrigatório e não existe sanção legalmente prevista para casos de apelo ao boicote às eleições.
O ex-líder da Renamo, Afonso Dhlakama, já fez vários apelos públicos dirigidos aos membros e simpatizantes do seu partido a não participarem nas eleições autárquicas que a Renamo boicotou em 1998 e 2013. Isto pode ter contribuído para a baixa participação nestes pleitos. Mas se a Renamo controla cerca de metade do eleitorado moçambicano, a MAMO é um partido inexpressivo e os apelos do seu dirigente não parece que possam ter alguma importância na participação dos cidadãos nas eleições.