No Informe da 4ª Semana do Recenseamento Eleitoral na Província da Zambézia, publicado a 13 de Maio de 2019, o STAE local presta informação deliberadamente errada sobre o decurso do processo.
“Das 809 Brigadas de Recenseamento Eleitoral constituídas na província da Zambézia para cobrir 1 144 Postos de Recenseamento, todas elas estão a funcionar em pleno, correspondendo a 100% de operacionalidade”, escreveu o STAE provincial da Zambézia no informe.
Esta informação não é verdadeira. Boletim reportou aqui a 14 de Maio casos de dezenas de postos que estavam encerrados naquela província devido a problemas técnicos. Confira a edição.
O Boletim apurou ainda através dos seus correspondentes que até ao final quinta semana, dezenas de postos não funcionavam um pouco por toda a província.
Em distritos como Gurué, por exemplo, o posto da EPC de Nipeve, a 50 km da vila-sede, ainda não abriu desde 15 de Abril, porque o STAE não alocou material ao posto. Ainda no mesmo distrito, o posto da Escola Primária Contape, supervisionado por Aleixo Muassava, não funciona desde quarta-feira devido a problemas com o carregamento dos mobiles ID. O posto EPC Montes Namuli, supervisionado por Dauniza Ernesto, está encerrado há uma semana.
No distrito de Gilé pelo menos três postos estão encerrados há mais de duas semanas devido a avarias no mobile ID. Trata-se dos postos de Naquiçupa, Namitathary e Nacuna.
Na cidade de Quelimane, os postos de Cololo e Namuinho, não funcionam há 5 dias devido a avarias no mobile ID.
Em Nicoadala, o posto de Muloguiua não funciona há 3 semanas porque o STAE local transferiu o equipamento para outro posto que dista 28 km. A população deste povoado é obrigada a deslocar-se aos postos da ESG de Nicoadala ou EPC 25 de Junho.
Ainda no seu informe, o STAE escreveu que “o equipamento de captação de registos dos cidadãos eleitores (Mobile ID) e o respectivo software funcionam em perfeitas condições permitindo realizar as operações de Nova Inscrição, Transferência, 2ªs Vias e Visualização de Relatórios”.
Esta informação também é falsa. O Boletim fez levantamento dos postos onde os equipamentos não estavam a funcionar até a quinta semana.
No Distrito de Milange, o posto da EPC de Mbessa está encerrado há mais de 10 dias devido a avaria da impressora. Ainda neste distrito, o posto da EPC de Xai-Xai, na localidade de Chitambo está encerrado desde o primeiro dia (15 de Abril) por motivos de avaria do mobile ID. Este foi retirado do posto pelo STAE local para reparação.
No distrito da Maganja da Costa, o posto da EPC de Muiebe, posto administrativo de Nante, não abre há uma semana. Em causa está uma avaria no mobile. O assunto já foi reportado ao STAE local sem solução.
No distrito de Morrumbala, o posto da EPC de Nangaze e EPC de Sabe, os eleitores não podem levantar os seus cartões porque a impressora está avariada. Ainda no mesmo distrito, o posto da EPC Trinta está completamente encerrado porque as máquinas não estão operacionais.
No distrito de Inhassunge, o posto da EPC de Ilova funciona com dificuldades devido a avarias constantes no mobile ID. Em Mocuba, os postos da EPC de Chingoma e Mpunha, não funcionam por falta fontes alternativas de energia.
Brigadistas proibidos de prestar informação aos observadores
No distrito de Mabote (Inhambane), brigadistas afectos ao posto de recenseamento da EP2 de Mabote-sede, recusam-se a dar informação sobre o decurso do recenseamento eleitoral aos observadores do CIP.
“Se querem informações vão ao STAE e não aqui. Nós só damos informação aos ficais dos partidos alocados ao nosso posto e não a vocês”, disse um brigadista.
O mesmo repetiu-se no distrito de Marracuene, no posto de recenseamento da EPC de Mbalane onde recusaram de dar informação aos nossos correspondentes, no dia 15 de Maio, por volta das 16h00.
O nosso correspondente tentou falar com os brigadistas para obter informação sobre o decurso de recenseamento mas, estes se recusaram e forçaram-no a abandonar o posto.