O CIP requereu a credenciação dos seus observadores correspondentes na Zambézia em Abril de 2019, para observar o processo eleitoral, a começar do recenseamento eleitoral. Mas só obteve credenciais hoje, penúltimo dia da campanha eleitoral, graças à intervenção da Comissão Nacional de Eleições (CNE) a nível central. A Comissão Provincial de Eleições (CPE) da Zambézia ainda não respondeu até hoje ao nosso pedido.
O caso do CIP não é isolado. E Zambézia não é o único caso. As CPE`s de Nampula e Tete continuam a recusar emitir as credenciais dos observadores, o que põe em dúvida a observação independente.
O EISA, maior órgão de observação que coordena 5 grupos da sociedade civil, recebeu somente 468 credenciais hoje, o que significa que ainda faltam 3821. Destas, 754 em Nampula, 1227 na Zambézia e 819 em Tete. E nenhuma destas CPE’s emitiu credencias para o EISA hoje.
Funcionários das CPE`s da Zambézia e Tete informaram hoje ao EISA que os órgãos não possuem mais o material para produzir crachás de observador com revestimento plástico. O EISA apelou à CNE para permitir a possibilidade de emissão de credenciais de papel. Nampula emitiu metade das credenciais do EISA, mas Tete somente emitiu 29% e Zambézia somente 14%, o que torna impossível uma observação independente séria nestas províncias
“A oposição quer mostrar que há problemas só para ganhar simpatia, porque não tem um programa de governação, não tem mensagens para transmitir” disse o porta-voz nacional da Frelimo, Caifadine Manasse em conferência de imprensa de balanço de campanha.
“Sempre vão existir oportunistas a criar desordem para intimidar a população, atribuindo a responsabilidade a Frelimo e à polícia. A oposição é que tem homens armados na serra da Gorongosa, a oposição é que tem militares Hora a da Lei”, disse.
Assim, para a Frelimo não houve violência durante a campanha. O que houve foi vitimização e oportunismo da oposição.
O Boletim reportou casos de agressão envolvendo simpatizantes da Frelimo um pouco por todo o país durante a campanha eleitoral. Casos recentes foram registados nas províncias de Tete e Nampula (Vide Boletim 71). Questionado sobre o assunto, Manasse distanciou-se.
“Qualquer cidadão que estiver envolvido em vandalismo não segue a agenda da Frelimo”, disse o Porta-Voz. “Existem pessoas a fazer provocações, a criar distúrbio contra simpatizantes da Frelimo, mas nós apelamos para que se pondere de modo que este momento seja de festa”.