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Três dias após início do recenseamento eleitoral, dezenas de postos ainda não abriu em Sofala devido aos efeitos do ciclone Idai. Ruas alagadas, escolas destruídas, bairros inundados impedem que brigadistas iniciem o recenseamento em algumas áreas de Sofala, a província mais afectada.
O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) adiou o início de recenseamento por quinze (15) dias para permitir a recuperação dos efeitos do ciclone Idai nas regiões afectadas no Centro de Moçambique mas parece que o tempo não foi suficiente para que o processo iniciasse ao mesmo tempo em todo o país. À medida que o tempo passa, as condições vão melhorando e as pessoas poderão certamente se recensear. As brigadas móveis serão a solução para alcançar as áreas actualmente inacessíveis devido às cheias.
Na cidade da Beira, trinta (30) dos sessenta e quatro (64) postos de recenseamento não funcionam devido à falta de energia eléctrica causado pelo ciclone Idai, que destruiu as infraestruturas de transporte e abastecimento de electricidade. Outro problema é a avaria dos mobiles. Cerca de trezentos (300) kits de inversores para painéis solares partiram de Maputo para Beira para ajudar na resolução desta situação, informou o STAE local.
Para garantir a realização do recenseamento em zonas afectadas pelo ciclone, o STAE local transferiu quatro postos na cidade da Beira, tal é o caso da Escola Primária de Ndunda que passou para a escola Rei dos Reis e a EPC 20 de Agosto que passou para a EPC Chamba 2.
No distrito de Nhamatanda, nove postos de recenseamento não abriram no primeiro dia porque as estradas que ligam a vila sede do distrito às demais localidades estão intransitáveis. Cinco dos nove postos conseguiram abrir no segundo dia (16). As brigadas tiveram que atravessar o rio Metuchira de canoa para recensear os residentes ldas zonas isoladas. Quatro postos da EPC de Nhampoca, EPC de Nhandjera, EPC Nnhansalazi e EPC de Mufufu, continuam fechados.
No distrito do Dondo, cerca de 300 famílias residentes na localidade de Mutua estão isoladas pelas inundações do rio Púnguè e ainda não foram abrangidas pelo recenseamento. O STAE local garante que, muito em breve, estas famílias poderão recensear-se, reportam nossos correspondentes.
No Distrito de Gorongosa, cinco escolas onde funcionam postos de recenseamento foram destruídas pelo ciclone mas foram criadas condições, a tempo, para permitir que o processo iniciasse no dia 15 de Abril. Trata-se da EPC Josina Machel, EPC de Nhacata, EPC de Tazaronda e EPC de Cudzo. Nestes, o STAE local organizou alguns alpendres para permitir que o recenseamento aconteça.
No distrito de Buzi, um dos mais afectados pelas cheias, o STAE local colocou postos de recenseamento localizados nas zonas afectadas pelas cheias, com a excepção do posto da sede da localidade de Inhamuchindo devido à degradação das vias de acesso.
No distrito de Machaze, em Manica, o ciclone destruiu infraestruturas de fornecimento de energia eléctrica o que está a afectar o funcionamento do equipamento de recenseamento nos postos das EPC de Mutando, Chechene, Zimbire, Mecupe, Chipambuleque. O STAE até tem feito manutenção mas não consegue resolver os problemas de todos os postos a tempo, reportam nossos correspondentes.
No Distrito de Macate (Manica), dos 27 postos instalados, cinco pararam de funcionar por falta de energia para carregamento dos mobiles ID. Trata-se do posto n°16 na EPC Marera, Posto n°11 na EPC Nhamazizi, posto n°22 na EPC e Revué, Posto n°21 na EPC – Zembe-Centro, Posto n°25 na EPC Rupungue. No posto n°12 da EPC de Chissassa e posto da EPC Katize a corrente só foi reestabelecido hoje, ao terceiro dia do recenseamento.
Nestes locais, a infraestrutura eléctrica foi destruída pelo ciclone. O STAE distrital já recebeu painéis solares para carregar os mobiles mas ainda não distribuiu porque ainda faltam baterias. Algumas rodovias estão intransitáveis pela queda de pontecas, dificultando a distribuição de material de recenseamento.
No Distrito de Sussundenga (Manica) único problema é igualmente reportado problema de falta de corrente eléctrica. “Até hoje ainda continuamos a ter problemas no fornecimento de energia, e para carregar os nossos telefones pagamos 50-70 meticais nas barracas onde usam geradores ou painéis solares”, informou um dos nossos correspondentes deste distrito. Isto também afecta o recenseamento.
No Distrito de Gondola, todos os postos estão a funcionar, incluindo os 19 que foram afectados. O STAE colocou tendas para permitir realização de recenseamento.
No distrito de Manica, o posto de recenseamento de Nhamanhuche, localidade de Chitunga, em Mavonde, foi afectada pelo ciclone Idai. Está em curso sua reabilitação, segundo Crispim Diruai, Presidente da Comissão Distrital de Eleições em Manica.
Em Govuro, posto do bairro de Matasse, um dos mais afectados pelo ciclone na província de Inhambane, ainda não iniciou o recenseamento. Aguarda-se pela brigada móvel que está actualmente em funcionamento no bairro de Doane. A brigada móvel passará a funcionar no bairro de Matasse a partir do dia 05 de Maio, altura que se espera que as condições de infraestruturas estejam melhoradas.
Novos kits para centenas de postos de recenseamento sem corrente eléctrica
Pelo menos 356 postos de recenseamentos na província de Sofala continuam sem corrente eléctrica para alimentar as máquinas mobile, utilizadas no registo de eleitores.
Segundo o STAE na província de Sofala, o ciclone IDAI e inundações são a causa da falta de corrente.
“Estamos a pensar em mecanismos apropriados para sairmos dos problemas dos mobiles. Hoje vamos receber 100 kits de novos mobiles, com as suas respectivas baterias para atender os postos que não possuem corrente eléctrica. Amanhã chegam aos distritos um total de 125 kits de baterias e carregadores de mobiles para atender as máquinas que estão a condicionar o processo eleitoral em diferentes pontos de Sofala”, disse Jorge Donquene, director provincial do STAE em Sofala.