Famílias afectadas pelas inundações do vale do rio Púngue, na localidade de Mutua, posto administrativo de Mafambisse, Dondo, já estão abrangidas pelo recenseamento eleitoral desde a segunda feira, reportam os nossos correspondentes.
O Boletim reportou que até à primeira semana pouco mais de 300 famílias da localidade de Mutua, ainda não tinham sido abrangidas pelo recenseamento (Vide Boletim 9). Nesta semana, o director do STAE local, Samuel Samo, disse ao Boletim que já estão criadas condições para o recenseamento destas famílias. “Estávamos à espera que o Governo decidisse onde deveriam ficar as famílias”, disse. Após decisão do Governo, o STAE local criou, na passada Segunda-feira, uma brigada móvel para registar as famílias que se encontram a residir actualmente no bairro 25 de Setembro.
A nível do distrito de Dondo, cerca de 1300 famílias foram afectadas pelas inundações e destas 700 pertencem a localidade de Mutua. O secretário permanente deste distrito disse ao Boletim que estas famílias receberão terrenos em zonas seguras entre 29 de Abril a 5 de Maio.
Avarias e falta de material continuam manchar o processo
No distrito de Gorongosa, 21 dos 31 postos de recenseamento eleitoral não estão a funcionar devido a problemas como avarias constantes no Mobile ID, falta de corrente elétrica e falta de toner.
Em postos como os instalados na EPC de Chindio e Mapangapanga, ainda não houve recenseamento desde o dia 15 de Abril. Entretanto, outros postos, como é o caso da EPC de Tazaronda, e Mbulawa, chegaram a abrir, mas paralisaram as suas actividades. No momento, apenas 10 postos de recenseamento esto a funcionar naquele distrito.
No distrito de Chemba, os postos de Catulene, Chiramba e Capanga não estão a funcionar desde a quarta feira devido a falta de boletins. Ainda em Chemba, o posto da EPC de Senhabuzua, a 62 Km da vila sede está encerrado desde a Terça-feira devido a falta de toner.
Em Mutarara, há cinco dias que o posto da EPC de Charre não regista eleitores devido a falta de combustível para alimentar o gerador. Ouvido pelo Boletim, o supervisor disse que até então o posto recebeu apenas 10 litros de combustível, uma quantidade não suficiente para a demanda. Informado sobre a situação, o STAE local prometeu resolver o problema, mas até o momento nenhuma medida foi tomada nesse sentido.
Na cidade de Maputo, no posto de recenseamento eleitoral nᵒ 1119, na Sexta-feira, 26 de Abril, por volta das 13h00, registou-se avaria do Mobile ID. Segundo informações obtidas, o Mobile ID não funcionava desde Quinta-feira, dia 25 de Abril. Ainda nesta cidade, no posto de recenseamento eleitoral nᵒ 11120, na Escola Comunitária a Luta Continua, registou-se paralisação de registo de eleitores devido a avaria de impressora na Sexta-feira , dia 26 de Abril por volta das 13h00.
No distrito de Boane, província de Maputo, no posto de recenseamento eleitoral instalado na Escola Secundária Eduardo Mondlane, registou-se no Sábado, dia 27 de Abril, pelas 11h45, interrupção da inscrição de eleitores devido a uma avaria de máquina. O STAE distrital foi comunicado e garantiu que tudo estava sendo feito para que até ao final do dia os brigadistas retomassem as actividades.“Mais logo darei mais detalhes da retoma ou não do trabalho naquele Posto”, disse Rogério Munhanga, director do STAE distrital.
No distrito de Manhiça, província de Maputo, no posto de recenseamento eleitoral instalado na Escola Primária da Serra, que dista a 20km da Vila, na Sexta-feira, dia 26 de Abril, o recenseamento esteve paralisado devido à falta de Corrente elétrica. A direcção da escola restringiu corrente elétrica à brigada alegando sobrecarga orçamental. Situação semelhante acontece na Escola primária de Pateque. O STAE distrital foi comunicado sobre o problema e alega estar a trabalhar no sentido de reverter o cenário, estando neste momento a adquirir recargas de CREDELEC, para comparticipar em energia elétrica nas escolas onde estão montados postos de recenseamento.
Cabo Delgado irá levar semanas para reiniciar recenseamento
Alguns distritos severamente afectados pelo ciclone Kenneth em Cabo Delgado irão levar semanas a criar condições para a retoma do recenseamento eleitoral. São os casos do distrito de Ibo e partes dos distritos de Macomia e Quissanga, com dezenas de postos destruídos e milhares de pessoas desalojadas.
Tal como se viu em Sofala com a passagem do ciclone Idai, são necessárias semanas para a normalização da situação. Até hoje ainda há postos não abertos em parte de Sofala porque o ciclone destruiu infraestruturas de energia eléctrica, alagou vias de acesso e desalojou milhares.
Para já, o recenseamento está paralisado em quase todos os distritos do norte de cabo Delgado desde a aproximação do ciclone Kenneth no dia 24 de Maio. Mas até distritos mais a sul como Balama, Chiúre paralisaram o processo devido ao ciclone.
Na província de Nampula, todos os distrito costeiros são afectados pelo mau tempo e ninguém se desloca aos postos de recenseamento.
Niassa é a província do norte menos afectada pelo ciclone. O recenseamento continua a decorrer a ritmo lento. Muitas avarias de máquinas e falta de energia condicionam o processo naquela província.
No posto de recenseamento nᵒ 501, na EP1 de Ntimbo 2 e Brigada móvel, no distrito de Mecula, Niassa, não há registo de eleitores há dois dias.
Nos postos de recenseamento da localidade de Muhemela em Metarica, da Escola Secundária de Cuamba, da brigada 139, do posto de recenseamento da localidade de Pringilane, e da brigada 148 da Escola Secundária Samora Moisés Machel em Marrupa, as máquinas estão avariadas desde Quarta-feira.
No distrito de Ngauma, posto administrativo de Ngauma depois de ficarem 3 dias sem trabalhar devido à falta de boletins, o recenseamento retomou no Sábado.