A intimidação e provocação entre membros e simpatizantes de partidos concorrentes tem sido recorrente desde o início da campanha eleitoral, mas a nível local. Na semana passada, simpatizantes da Frelimo quebraram o limite em Tete, atirando pedras contra a caravana do candidato da Renamo, Ossufo Momade. Igualmente, em Inhambane, simpatizantes da Frelimo bloquearam a caravana do candidato do MDM, Daviz Simango. Em ambos casos não houve tumultos porque os candidatos da oposição apelaram aos seus simpatizantes a não responder à provocação com violência.
No caso de Tete, membros e simpatizantes da Frelimo atiraram pedras que atingiram a viatura onde era transportado Ossufo Momade, no posto administrativo de Domwe, Angónia.
“Embora não tenham atingido os vidros, as pedras eram potencial ameaça à vida de Momade”, escreveu a Agência de Informação de Moçambique (AIM), no serviço em inglês, quinta-feira passada.
As pedras foram atiradas a partir da sede da Frelimo em Domwe e a AIM reporta que os membros da Renamo quiseram invadir o local para tirar satisfação mas foram acalmados pela liderança do partido.
A Polícia teve de disparar tiros para o ar para dispersar membros da Frelimo e controlar a situação.
Na sexta-feira seguinte, em Inhambane, membros da Frelimo impediram a realização de campanha do candidato presidencial do MDM na vila franca Save, marfem sul do rio Save. Tocando vuvuzelas e bloqueando a via, simpatizantes da Frelimo forçaram Daviz Simango a abanador o local para continuar com a campanha na vila de Mambone, capital do distrito de Govuro, reporta igualmente a AIM no seu serviço em inglês.
“O vigésimo oitavo dia campanha eleitoral fica marcado com a presença do Presidente do MDM, Daviz Simango, que não conseguiu trabalhar no mercado central onde ia pedir voto aos vendedores. O candidato a presidência da República, escalou o município de Vilankulo por volta das 14h e foi bloqueado por membros e simpatizantes da Frelimo na praça dos Heróis Moçambicanos quando seguia em direcção ao mercado central em mais uma jornada de caça ao voto. Depois deste cenário, o Presidente do MDM partiu pra Localidade de Belane que dista a 120 km de Vilankulo sede com o mesmo objectivo de pedir voto pra si e seu partido no dia 15 de Outubro próximo”, reportou o nosso correspondente em Vilankulo.
Sem protecção policial nem grandes moldura de apoiantes, Daviz Simango optou em desistir de fazer a campanha para a satisfação dos membros da Frelimo. Mas pode não ser sempre assim.
Na campanha de 2014, o grande caso de violência eleitoral aconteceu na província de Gaza, quando membros e simpatizantes da Frelimo bloquearam a caravana de Daviz Simango, forçando à segurança pessoal do candidato do MDM a reagir com violência extrema que resultou em feridos e destruição de bens no local.
O silêncio da liderança da Frelimo face aos casos de violência pode ser visto como aprovação dessas mesmas práticas e encorajar os membros da Frelimo a continuar com a intimidação. Gaza e Tete têm sido as províncias com mais casos de violência em campanha. Os candidatos presidenciais da oposição ainda não escalaram Gaza e Daviz Simango ainda não foi a Tete.