Depois dos dois ataques havidos ontem na região de Zimpinga, o autoproclamado líder da Junta Militar da Renamo (JMR), Mariano Nhongo, convidou a imprensa para apresentar uma série de reivindicações e dizer que os ataques não vão parar enquanto a campanha não for suspensa continuará a se ouvir no territorial nacional.
“Caso a campanha eleitoral continuar, os disparos não vão parar”, disse Nhongo a jornalistas. “Se o Governo mandar suspender a campanha eleitoral e adiar as eleições não haverá sequer um tiro”, acrescentou.
Falando via telefone a jornalistas sediados na Beira, Nhongo reconheceu realizar ataques na região centro e afirmou que os homens armados sob seu comando mantêm as mesmas exigências as autoridades moçambicanas. O cancelamento da campanha eleitoral, adiamento das eleições gerais de 15 de Outubro próximo bem como o enquadramento dos seus homens nas FDS, PRM e SISE são algumas delas.
“A JMR não se iguala ao falecido presidente da Renamo, que era paciente. Quem não nos ouve apanhará tiro, que pode atingir qualquer um, jornalista, administrador, governador e outros, advertiu Nhongo. Quem está mandar disparar estas armas é o Governo que não está a aceitar as nossas exigências muito menos negociar connosco” – referiu Mariano Nhongo.
O líder da JRM disse ter sido contactado por um embaixador acreditado em Maputo no âmbito das negociações. “Antes tínhamos avisado a este embaixador para não dar aval a assinatura das convenções rubricadas por Ossufo Momade e o Governo, nomeadamente as que regulam o desarmamento e reintegração das forças residuais da Renamo nas FADM, PRM e SISE”.
Nyusi diz a população de Cuamba para não voltar a fazer asneira senão muita coisa vai parar
“Se fizerem asneiras como foi em 2018, muita coisa vai parar”, esta foi uma das principais mensagens de Filipe Nyusi no seu primeiro dia de campanha na província do Niassa. Nyusi escolheu o distrito de Cuamba como porta de entrada. Nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo perdeu em Cuamba para a Renamo.
“Prometi asfaltar a estrada Cuamba – Lichinga (EN8 o que já esta a acontecer. Quem me garante que se eu e a Frelimo sairmos do poder as obras vão ser concluídas?”, questionou Nyusi, citando pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
“Foi um erro votar na oposição”, disse a população que acorreu ao “showmicio”.
Viajando em helicóptero, Nyusi seguiu de Cuamba para Mecanhelas onde realizou um comício e percorreu o mercado central local pedindo voto e prometendo melhorar a qualidade de vida da população do distrito com a construção de um hospital e maternidade. Ainda no mesmo dia, Nyusi deixou Mecanhelas e amanhã dá continuidade em Marupa.
Explosão em mina mata seis pessoas em Cuamba
Explosão em uma mina artesanal no bairro João em Cuamba, matou seis pessoas, criando um grande susto pelo facto de ter ocorrido ao mesmo tempo que o candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, realizava um comício popular na mesma vila.
Segundo os nossos correspondentes, as minas situadas no bairro João não têm concessão e são exploradas por mineradores ilegais. Suspeita-se que as seis (6) pessoas que foram carbonizadas eram revendedores de granada (granada é o nome geral dos membros de um grupo de minerais com formação cristalina) que tiravam das minas pelos escavadores.
Cuamba dista a poucos quilómetros do distrito de Malema onde ocorreu um ataque armado ainda não esclarecido.