Quatro províncias estão a tentar impedir a observação eleitoral independente, nomeadamente Nampula, Zambézia, Tete e Gaza, recusando-se a emitir credenciais solicitadas pelos observadores. A menos de meio dia das eleições, 3 264 observadores sob coordenação do EISA ainda não tinham recebido credenciais.
O EISA coordena a maior coligação de observação eleitoral, que integra 5 organizações da sociedade civil. Na manhã desta segunda-feira, apenas 115 foram entregues a EISA todas em Tete. Ontem, apenas 248 credenciais foram entregues a EISA – 110 em Nampula e 138 em Manica. No Sábado, apenas 129 credenciais foram emitidos para EISA, todos na cidade de Maputo.
Nos últimos quatro dias, nenhuma credencial foi emitida para observadores do EISA em Gaza e Zambézia. Mesmo à Igreja Católica foi recusada a m emissão de credenciais para seus observadores em Tete, onde há esforço coordenado para impedir a observação independente.
Na Zambézia e Tete, milhares de observadores alinhados à Frelimo foram credenciados para inundar assembleias de voto, enquanto a observadores independentes foi recusada a credenciação.
Na Zambézia, o EISA solicitou 1433 credenciais mas apenas 206 foram emitidas. Em outras três províncias chaves, Nampula, Tete e Gaza, menos da metade de observadores do EISA têm credenciais.
Os órgãos de gestão eleitoral têm estado desde ontem a dizer a observadores internacionais que os grupos do EISA estão a receber credenciais em Tete e Zambézia mas não é verdade, Nenhuma credencial foi entregue a EISA em Tete e pouquíssimas foram entregues em Tete. É provável que credenciais serão mantidas nas CPE’s até amanhã de manhã após início de votação e quando foram entregues será muito tarde para fazê-los chegar aos distritos remotos, tal como aconteceu em Nampula nas eleições de 2014.
Tete, Zambézia e Nampula são áreas de disputa renhida onde a Renamo espera eleger governadores e ganhar a maioria para o seu candidato presidencial Ossufo Momade. Gaza, por sua vez, sendo bastião da Frelimo, a CNE/STAE recenseou 300 mil eleitores a mais em relação ao número de pessoas em idade eleitoral existentes na província, segundo o Censo Geral da População e Habitação. Sem observação, teme-se que a Frelimo irá recorrer a enchimento de urnas nas quatro províncias.