Quase uma semana após o início oficial do recenseamento eleitoral, as pessoas anda não estão a ser recenseadas em muitos locais. Nossos correspondentes em todos os distritos reportam os mais diversos problemas que condicionam o início e decurso efectivo da inscrição, destacando-se as avarias das máquinas, a falta de corrente eléctrica, postos destruídos pelo ciclone.
O recenseamento tem a duração de 45 dias, pelo que os problemas identificados podem ser resolvidos ao longo do tempo, mas um início titubeante pode levar as pessoas a desanimarem-se de deslocar-se sempre ao posto sem conseguir se inscrever.
O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral disse, no lançamento do recenseamento, que irá usar da experiência das duas primeiras semanas para melhorar a organização do processo.
Resposta tardia…
Um dos principais problemas identificados nos primeiros dias do recenseamento é que não havia condições no terreno para recensear pessoas residentes em zonas afectadas pelo ciclone Idai e cheias (ver Boletim 9). Como resposta, o STAE inicou a construção de alpendres em escolas onde funcionam postos de recenseamento para substituir as salas destruídas pelo ciclone Idai.
Segundo o director provincial do STAE em Sofala, Jorge Donquene, serão ao todo construídos 246 alpendres, em igual número de postos de recenseamento para permitir que as pessoas se possam recensear. O Custo aproximado de cada alpendre é de 7 mil meticais. O STAE espera gastar aproximadamente 2 milhões de meticais na operação.
Enquanto os alpendres não chegam, o recenseamento de eleitores nestas zonas é fortemente condicionado pelas estradas intransitáveis, aldeias alagadas e isoladas das vilas sede e inexistência de corrente eléctrica.
Por exemplo, no posto Administrativo de Mafambisse distrito do Dondo, concretamente na Escola Secundária de Magaia, o recenseamento ainda não havia iniciado até sábado (20) porque todas salas foram ocupadas pelos alunos da EPC de Mafambisse, que sofreu com ciclone IDAI.
A população local não foi avisada da demora de arranque de recenseamento pelo que a cada dia alguns se aproximam aos postos para saber se podem ou não recensear-se.
O STAE local diz que está a estudar a possibilidade de transferir este posto para um outro local.
Esta situação repete-se um pouco por todo o país e o problema não é só do ciclone Idai. A falta de energia eléctrica e as avarias constantes das máquinas impedem o início e decurso normal do recenseamento, desmoralizando os cidadãos que pretendem se inscrever.
Até sexta-feira (19), 5 dias após o início do recenseamento, no posto de Ecole, situado 40 quilómetros da vila sede de Alto Molocué, ainda não havia iniciado o processo devido a falta de corrente elétrica.
A falta de carga nas baterias dos Mobile ID levou também à paralisação do recenseamento durante dois dias no posto da EPC de Sapinda, no distrito de Morrumbala e ao não funcionamento do posto da EPC de Mucarara, no distrito de Gilé, tendo 33 eleitores ficado sem recensear no dia 19. Em Alto Molocué, o mesmo problema levou ao não funcionamento do posto de recenseamento da EPC de Cololo.